No Recife, Grito dos Excluídos protesta em defesa da soberania nacional e do meio ambiente e contra anistia para golpistas
07/09/2025
(Foto: Reprodução) Grito dos Excluídos pede prisão de Bolsonaro e soberania brasileira
A 31ª edição do Grito dos Excluídos e Excluídas reuniu manifestantes, neste domingo (7), no Centro do Recife, num ato em defesa da soberania nacional, do meio ambiente, da democracia e contra a anistia para reivindicada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está sendo julgado no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, bem como para golpistas que participaram dos ataques de 8 de janeiro de 2023.
Na tradicional manifestação que acontece simultaneamente ao desfile cívico-militar, realizado na Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes, na Zona Sul do Recife, os participantes se concentraram no Parque Treze de Maio, no bairro da Boa Vista, e seguiram em caminhada pela Avenida Conde da Boa Vista até a Avenida Guararapes, no bairro de Santo Antônio (veja vídeo acima).
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O Grito dos Excluídos acontece anualmente no Dia da Independência do Brasil e foi criado em 1995 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em articulação com movimentos sociais e pastorais.
Neste ano, o ato teve como lema “A Vida em Primeiro Lugar” e o tema “Cuidar da casa comum e da democracia é luta de todo dia”. O mote destaca a urgência de enfrentar a crise climática, proteger o meio ambiente, reafirmar a democracia e garantir a soberania nacional.
Grito dos Excluídos de 2025, em imagem aérea sobre a Ponte Duarte Coelho, no Recife
Reprodução/TV Globo
Durante a mobilização, os participantes também pediram o Plebiscito Popular 2025, que defende a redução da jornada de trabalho sem redução salarial e o fim da escala 6x1, além de justiça tributária, com isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e aumento da alíquota para os super-ricos
“O lema desse ano é cuidar da democracia, é uma luta de todo dia pela soberania do nosso país, por tudo que está acontecendo no nosso país. Eu estou aqui há 31 anos por uma mudança de olhar para nós, minorias, que, na verdade, somos maioria. Estamos aqui pelo plebiscito, pela taxação das grandes fortunas, pelo fim da escala 6x1”, disse Marcionita Batista, uma das coordenadoras do ato.
Manifestantes carregaram cartazes contra a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, assim como bandeiras em defesa da Palestina e pela valorização dos trabalhadores.
Arary Nobre, Gleice e Artur no Grito dos Excluídos no Recife
Iris Costa/g1
A manifestante Arary Nobre, ativista do Movimento Abrace a Comunidade, foi à manifestação acompanhada da esposa, Gleice Ribeiro, e do filho Artur.
“Os excluídos são aqueles que vivem em estado de vulnerabilidade. São as pessoas em situação de rua, idosos, mulheres, pessoas LGBTQIA+, é meu filho, fruto de uma relação homoafetiva. A luta da gente é por um país igualitário. Eu me conecto com todas as pautas que estão sendo levantadas aqui hoje indo nas comunidades, vendo a realidade, sentindo na pele a vulnerabilidade das pessoas”, apontou Arary.
Pajé Juruna, do Povo Karaxuna Wanassu, no Grito dos Excluídos no Recife
Iris Costa/g1
O pajé Juruna, do Povo Karaxuna Wanassu, também participou do ato, e criticou a aprovação da nova Lei Geral de Licenciamento Ambiental, conhecida por ambientalistas como "PL da Devastação". A nova lei muda completamente o processo de obtenção de licenças ambientais no Brasil e seus defensores dizem que ela deve desburocratizar e acelerar obras consideradas estratégicas.
“Todo ano a gente está aqui, mostrando a nossa realidade, tanto na cidade quanto nos campos e florestas. Ainda há muito racismo estrutural, intolerância religiosa, aqui nós temos um espaço para combater isso. Nós lutamos pela cura da terra. Querem mudar a lei que protege a natureza. Se isso acontecer, vai se repetir o que aconteceu em Brumadinho e Belo Monte”, afirmou o pajé.
Para Vanildo Bandeira, advogado, professor e coordenador nacional da Articulação Basileira de Gays, a manifestação também é uma forma de demonstrar apoio ao presidente Lula (PT) e ao Superior Tribunal Federal (STF).
“Lula faz o que muitos prometeram e não fizeram. Agora, mais do que nunca, é importante que estejamos do lado dele, fortalecendo o STF, as lutas do pobre, do operário, porque nos elegemos um congresso que está trabalhando de costas para o país, entregando a soberania nacional aos Estados Unidos”.
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